5 de julho de 2014

O mistério de Maquiavel, de Michael Ennis

 Sinopse: Pelas vielas de Ímola, na Itália do século XVI, não se escondem apenas as intrigas e os acontecimentos políticos obscuros do papado de Alexandre VI, o mais corrupto da história.
 Nas sombras da cidade, são encontrados corpos de mulheres esquartejadas e decapitadas com precisão cirúrgica. A escolha dos locais em que são deixados, porém, não é aleatória, e chama a atenção de ninguém menos que o engenheiro Leonardo da Vinci.
 Naquela época também caminhava pelas repúblicas italianas Nicolau Maquiavel, autor de O príncipe, que, por uma questão de amor e de destino, envolve-se na solução do caso das estranhas mortes.
 O mistério de Maquiavel é um romance histórico cuja minuciosa reconstrução da época ajuda a manter o clima de suspense e ritmo de thriller até as últimas linhas: César Bórgia, os temidos condottieri, feiticeiras... Ninguém queria se envolver nesta história. Mas Maquiavel não teve escolha.

 Aviso: Tentei evitar ao máximo colocar Spoilers, mas talvez tenha um ou outro. Você foi avisado.

 Opinião: Bem, começo pedido desculpas pelo atraso desse post. Eu comecei a ler este livro em março, mas devido à trilogia Jogos Vorazes, eu parei de lê-lo e priorizei outras leituras para o blog que ficaram atrasadas, e no mês passado eu voltei a ler, mas antes reli tudo o que já havia lido para não perder detalhes importantes à história. O que posso falar desse livro é que ele é incrível, um thriller diferente, envolvente e romântico.
 O livro começa com uma carta de Maquiavel ao seu amigo, Francesco Guicciardini, avisando do que ele encontrará nas próximas páginas, e que o que foi dito no livro sobre um personagem em questão está enterrado entre as linhas do seu livro mais famoso, O príncipe. Após essa pequena carta, começamos a ler o "testamento" que Damiata fez para seu filho, que foi "capturado" pelo Papa Alexandre VI, avô do menino. Ela começa contando isso. E após chegar ao Vaticano, o papa a manda para Ímola a fiz de descobrir o paradeiro de uma cabeça de uma mulher que foi encontrada com o cordão que seu filho usava quando foi assassinado. E assim, Damiata e Camilla, uma quase irmã de Damiata, vão até Ímola afim de descobrir isso, enquanto seu filho, Giovanni, é mantido refém sob as fortalezas da Santa Igreja Romana.
 Ao chegarem Ímola, Damiata conhece Nicolau Maquiavel, um secretário da República de Florença que está lá para interceder nas negociações de seu país com o duque Valentino, ou César Bórgia, filho mais novo do papa e capitão-general da Santa Igreja Romana, que negociava com os condottieri (generais mercenários) na região da Romanha, no norte dos Estados Papais. E é aí que os mistério começam aos poucos serem revelados, mas é aos poucos mesmo. Ainda com a narrativa de Damiata conhecemos Leonardo da Vinci, o engenheiro-geral de Valentino, e os "ângulos dos ventos", onde as partes das mulheres foram encontradas cortadas de forma cirúrgica. E aí Damiata e Maquiavel percebem com quem estão mexendo, um homem de conhecimentos impressionantes e que não possui escrúpulos, e ao verem, junto com Leonardo, um homem com uma máscara do Diabo, começam a achar que pode ser o Diabo quem está fazendo isso.
 Muitas coisas e informações nos são dados pela Damiata, que por sinal eu esqueci de falar que ela é uma "cortesã honesta", ou seja, ela era uma prostituta honesta que só fazia serviços para os mais ricos, e depois de muitos acontecimentos pelos olhos de Damiata vamos para os olhos de Maquiavel, que para mim são melhores, cheios de reflexões, mesmo que os da Damiata também os são. A história não fica só em Ímola, mas os personagens principais vão para Cesena, Sinigaglia e Roma, com uma breve passagem de Maquiavel por Florença. Mas ainda em Ímola, Damiata e Maquiavel vão até a pianura, onde encontram com a Zeja Caterina, uma mulher que se intitula bruxa e que o segredo para os mistérios pode estar no livro que ela usa para fazer seus "feitiços", um livro de estudos acadêmicos, o Elementos (acho), onde os grandes senhores assinaram, esperando resultados.
 Não vou prolongar mais a minha opinião, porque chegamos a um ponto crítico onde tudo o que eu disser a partir de agora serão spoilers dos grandes, grandes mesmos, desses que se eu falasse iria estragar a história. Tá bom, nem tanto assim, rs. Não sei mais o que falar, porque tudo sobre o livro já foi tido, ou pelo menos eu assim espero. Antes de terminar, eu estava esquecendo da Fortuna, um antigo culto romano à essa deusa que deixa os homens a mercê do destino, ou os faz para eles. Ela tem um papel central da história, já que tanto Damiata quanto Maquiavel acreditam nela veemente, e sempre a culpam ou agradecem por algum ato. Um livro incrível (de novo) e que merece ser lido, ainda mais se você gostar de thriller.

 Se você gostou de O mistério de Maquiavel, pode gostar também de:
 O Condenado, de Bernard Cornwell;
 Poder Absoluto, de David Baldacci;
 O Chamado do Cuco, de Robert Galbraith (vulgo J.K. Rowling).

2 comentários:

  1. Oi Vitor!

    Nossa, esse livro, pelo que você falou, é bem diferente do que eu pensava, e pela sua resenha, fiquei interessada. Vou procurar.

    Beijos!

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    1. Fernanda, lê sim, você vai gostar. Eu também achei ele muito diferente do que pensava.

      Beijos!

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