31 de março de 2015

Como estabelecido em Março...

 Sobre as metas de março:
 1 - Li O oceano no fim do caminho, de Neil Gaiman; Você Escolheu #11 - Neil Gaiman; (opinião em breve);
 2 - Li 2 contos de O amor de uma boa mulher, de Alice Munro.

 Não consegui terminar a leitura de Antes de Dormir por ser muito repetitivo em algumas cenas, por isso não deu pra mim.

 Até o próximo.

28 de março de 2015

Homens, mulheres & filhos, de Chad Kultgen

 Sinopse: Ícone Cult, Chad Kultgen tem a capacidade de encantar e surpreender até os mais aficionados fãs de literatura contemporânea. Em Homens, mulheres & filhos, sua visão mordaz da sociedade e sua proza impecável, combinados à sua imaginação obscena atingem o ponto mais alto no retrato que faz das pressões vividas por um grupo de adolescentes e seus respectivos pais, todos vagando pelo terreno compartilhado da internet - com suas promessas de oportunidade, escapismo, reinvenção de identidade e conflitos inesperados.
 De pais viciados em pornografia on-line a filhos obcecados por World of Warcraft; de líderes de torcida competitivas a mães totalmente sem noção, Homens, mulheres & filhos abre uma janela para mostrar a cultura emocionalmente traiçoeira em que vivemos.
 E essa rede complexa formada por namoro, sexo, intimidade e ruptura que permeia a vida pessoal, profissional e escolar dos personagens de Chad Kultgen, tanto no mundo real quanto no virtual...

 Aviso: Tentei evitar ao máximo colocar Spoilers, mas talvez tenha um ou outro. E peço que não continue se você se incomoda com o tema, porque seria realista tanto quanto o escritor foi em seu livro. Você foi avisad@.

 Opinião: A verdade é que não sei muito bem como começar minha opinião a respeito do livro. Ele foi um livro muito forte de se ler, devido a n fatores, e entre eles, as relações entre as pessoas, que, ao mesmo tempo que são inocentes, também são duras e violentas. E o livro fala sobre isso o tempo todo, sem perdoar nada, o realismo é gritante aqui. O que mais chamou minha atenção foi justamente essa realidade crua, dura, às vezes até cruel. Aqui as personagens são tão humanos quanto eu ou você, com seus sofrimentos, alegrias, defeitos, virtudes, problemas emocionais e/ou psíquicos, e tudo aquilo que nós temos e somos, aquilo nos dá nossa humanidade. A sexualidade e o sexo são tratados como coisas do cotidiano, e são na realidade. Somado a isso tudo ainda tem a questão da internet, um mal pra alguns, e também de um personagens do livro. Vocês já compreenderam o que eu quis dizer sobre o livro.
 Tentarei não focar muito nos personagens, e sim falar do geral, ou seja, o que acontece nesse círculo de personagens. O enredo se passa em uma cidade, que não lembro qual (se é que ela é citada), mas é claramente uma estadunidense, e os personagens variam desde adolescentes de 14/15 anos até seus pais, por volta dos 40 anos. Esses adolescentes estudam todos juntos no 9º ano (antiga 8ª série), e, como uma "boa" escola estadunidense, eles pensam em transar (é assim mesmo que eles tratam, então tratarei igualmente) antes do Ensino Médio, o que acontece, no livro, mais entre as meninas do que entre os meninos. Uma delas é Hannah Clint, que diz ter feito com duas meninas, entre elas, Allison Doss, uma menina com anorexia (devido ao que um garoto falara com ela no ano passado), e tirado uma foto para provar, sexo oral com um cara da Flórida durante as férias de verão, e que não vê a hora de perder a virgindade, e sua melhor opção é Chris Truby, um rapaz com sérios problemas, na visão dela, de sexo, já que ele só fica excitado se uma mulher dominá-lo e bater nele, bem como fazer outras coisas que prefiro não comentar aqui. Mas claro que tudo dá errado para ela quando nada acontece na hora H. Mas acredito que o pior de tudo é a mãe dela, Joan Clint, que criou um site para a filha postar e vender fotos sensuais. Joan acaba conhecendo Kent Mooney (e um dos personagens mais "normais" do livro), pai de Tim Mooney, em uma reunião da PAtI (Pais ao Ataque à Internet) de Patricia Beltmeyer, uma mãe obcecada com a segurança virtual da filha, Brandy Beltmeyer, que tem um interesse amoroso não correspondido por Tim Mooney (que também sente a mesma coisa por ela) há muito tempo. Voltando à família Truby, seus pais, Don e Rachel, não possuem um casamento feliz a anos, e Don vive se masturbando, chegando até a usar o computador do filho para isso; e é aí que ele descobre um site onde você pode comprar os serviços de uma prostituta, e ela faz isso; já Rachel entra em um site de relacionamentos e marca um encontro com um desconhecido em um hotel fora da cidade, e não se arrepende, bem como Don. Agora voltando à Tim Mooney, ele é um adolescente que acredita que tudo o que fazemos aqui, tudo o que deixamos na Terra, não vale de nada, já que ela é apenas um grão de rocha derretida no espaço, o que ocorre depois de ele ver um vídeo de Carl Sagan (que acredito ser esse aqui, chamado Pálido Ponto Azul); o vídeo o faz deixar o time de futebol americano, no qual ele era o melhor, o que leva a sofrer bullying dos ex-amigos, e o leva a jogar por horas seguidas World of Warcraft, onde a "vida" ali é bem melhor do que a realidade. Também estava esquecendo do único casal adolescente do livro: Danny Vance (ele) e Brooke Benton (ela); eles são um casal "normal" para os padrões da atual sociedade: não possuem manias que incomodam, são emocional e fisicamente bem, são o "casal perfeito", contudo, Brooke quer perder sua virgindade antes da "amiga" Hannah, mas Danny não quer, não se sente preparado para transar, ainda mais porque tem que pensar no campeonato de futebol americano, Brooke entende, mas não por muito tempo.
 Acredito que coloquei de tudo um pouco sobre os personagens, e mesmo estando confuso, o livro também o é até você conseguir entendê-lo completamente. Os personagens são assim também, as vezes confusos, mas quem não é na realidade. Espero que todos tenham pegado o que eu quis passar sobre os personagens: todos são falhos, são impulsivos, são temerosos, mas é isso que são, única e simplesmente humanos vivendo suas vidas. O final do livro é tão realista quanto a realidade, não existem finais felizes para todos. Para não ficar mais repetindo algumas coisas, acabo essa minha opinião aqui.
 Obs.: Assisti ao filme assim que terminei de ler o livro, e gostei do mesmo jeito. As duas únicas coisas que me incomodaram foi que o casal Brooke Benton e Danny Vance não estão no filme (Danny até aparece, mas não lembro de ter visto Brooke), uma pena; e o final é bem diferente do livro, já que tem que possuir o "padrão hollywoodiano", onde os filmes, por mais realistas que sejam, têm que ter o "final feliz", mas gostei do jeito como terminou também (mas quem não gosta de finais felizes que atire a primeira pedra). De resto é bem parecido com o livro, até mesmo as cenas em que Emma Thompson narra a história e fala sobre a sonda Voyager e o que Carl Sagan fala sobre a fotografia que a mesma tirou quando chegou na "barreira" do Sistema Solar, a Heliosfera, e resolveu dar uma última olhada para casa.

 Até mais.

 Se você gostou de Homens, mulheres & filhos, pode gostar também de:
 Informação ao crucificado, de Carlos Heitor Cony;
 Leite Derramado, de Chico Buarque;
 Deixa ela entrar, de John Ajvide Lindqvist;
 Ensaio sobre a cegueira, de José Saramago;
 A garota que eu quero, de Markus Zusak.

11 de março de 2015

Pássaro da Tempestade, livro I da Guerra das Rosas, de Conn Iggulden

 Sinopse: Quando o rei Henrique VI enfim ocupa o trono da Inglaterra, todo o reino é abalado. Sua saúde debilitada e seu espírito fraco são notórios na corte, e, dessa forma, é responsabilidade de seus homens de confiança garantir a segurança da Coroa.
 A pedido de Henrique, o espião-mor Derry Brewer e William de la Pole, duque de Suffolk, propõem um armistício com a França através de um casamento arranjado com Margarida de Anjou, jovem da nobreza francesa. Porém, nem todos veem esse acordo com bons olhos, e assim nasce uma conspiração, liderada por Ricardo Plantageneta, duque de York, que deseja destronar o rei e ocupar seu lugar.
 É o início de um período sangrento ma Inglaterra, uma guerra civil com alianças e traições na qual a morte está sempre à espreita.

 Aviso: Tentei evitar ao máximo colocar Spoilers, mas talvez tenha um ou outro. Você foi avisad@.

 Opinião: Essa já é o terceiro post de opinião essa semana. E desta vez irei falar de um livro que tinha tudo para ser incrível, mas que pecou com algumas coisas, principalmente sobre os acontecimentos que rodeiam a trama. Fora isso, o livro é muito bom; o desenvolvimento dos personagens são fascinantes e a trama que os envolve é incrível. Não sei se sabem , mas eu sou fascinado por guerras, no sentido de estudá-las e ver o seu desenrolar, o que foi feito para que elas acabassem, o que deu certo e o que deu errado, mas isso é conversa para outro dia.
 Pássaro da Tempestade é o primeiro livro de Conn Iggulden que leio, e já achei a escrita dele muito fo**, comparada ao nosso querido tio Bernard (tenho que ler algum livro dele esse ano, quem sabe um Você Escolhe com o tio Bernard de novo?); desde uma simples escaramuça até a maior batalha, Iggulden nos prende; e as descrições das batalhas possuem tantos detalhes que poucos conseguem fazer igual. Mas como já disse anteriormente, Iggulden peca em não falar diretamente o que está acontecendo, em relação ao período histórico, no livro. Alguns poderão dizer que ele coloca duas datas em duas partes do livro, mas aí quem não sabe/lembra o que aconteceu naquele período tem que pesquisar sobre. O livro começa com a morte do rei Eduardo III em um período de plena Guerra dos Cem Anos, no Anno Domini 1377. Isso me incomodou um pouco, por Iggulden não falar que estava acontecendo a Guerra dos Cem Anos e que a Inglaterra junto com a Borgonha estava lutando contra a França e a Escócia pelo domínio territorial de onde hoje corresponde atual norte e oeste a França. Contudo, Iggulden fez um incrível trabalho ao colocar todos os personagens em uma lista de personagens, colocar cinco árvores genealógicas das principais famílias e três mapas representando o período, sem contar com um mapa de contracapa incrível.
 Como disse anteriormente, o livro começa com um prólogo do rei Eduardo em seu leito de morte em 1377. Não muita coisa importante neste prólogo, só ele conversando com a criada e amante, e depois seus três filhos vivos. Dali temos um pulo histórico de sessenta e seis anos após a morte de Eduardo III, onde também nesse longo período o rei Henrique V, o grande leão da Inglaterra, viveu e morreu. Assim, estamos no Anno Domini 1443, após anos de regência no trono da Inglaterra. O atual rei é Henrique VI, um rei fraco militar, físico e mentalmente. Henrique VI está mais para um padre do que um rei, porque logo nesse começo já o vemos rezando quando William de la Pole e Derry Brewer chegam para conversar sobre um possível armistício com a França do rei Carlos VII, que também era tio de Henrique VI. A descrição feita por Iggulden logo nesse começo é incrível, dá até para sentir o frio do inverno na Inglaterra. No término da conversa, Henrique VI aceita o que lhe foi proposto, manda Derry ir buscar essa princesa francesa e volta para suas orações.
 Em seguida conhecemos Margarida de Anjou, da França, a jovem com quem Henrique VI irá se casar. Ela é uma personagem que gostei muito. Ela tem uma personalidade muito forte, e (não quero dar spoilers, mas...) quando ela casa-se com Henrique VI e ele fica doente, de novo, em um momento crucial, ela consegue comandar muito bem a Inglaterra. O começo da história dela é bem parado, só fica naquela coisa de menina rica que está ficando pobre e ainda tem que aturar as brincadeiras de mal gosto dos irmãos mais velhos. Mas tudo começa a mudar quando William de la Pole chega para levá-la para o casamento, onde estarão presente as pessoas mais ricas e poderosas da França e Inglaterra.
 Entretanto, alguns lordes não ficaram felizes com a decisão do armistício e devolução de terras a Carlos VII por Henrique VI, principalmente Ricardo Plantageneta, duque de York, que também era lorde dos territórios de Anjou e Maine na França. York acredita que foram William e Derry que fizeram a cabeça de Henrique VI para assinar o armistício, e em parte foram sim. Devido à perda de territórios, York é mandado para a Irlanda por Henrique VI para se tornar lorde lá, e é claro que ele não gosta disso. York é um personagem muito calculista, e sua mulher, Cecily da casa Neville, não fica atrás. Para não "desobedecer" seu rei, ele vai para a Irlanda. Contudo, ele sabe que revoltas começarão em Anjou e Maine, e não levanta um dedo para ajudar seu rei a controlar e tirar os camponeses dessas terras. O problema começa aí, sem mais informações.
 Derry Brewer, o espião-mor do rei, é disparado o melhor personagem do livro. Ele mesmo diz que não aceitou ainda algum título de nobreza porque isso poderia mexer com a cabeça dele, e acho certo da parte dele. Como sendo um espião, Derry não deve possuir um título, senão isso se tornaria um alvo fácil contra aqueles que o odeiam, como no caso do duque de York (spoiler se eu falar mais). Brewer resolve quase tudo sobre o armistício e o casamento de Henrique VI e Margarida de Anjou, e ao longo do livro mostra-se um fiel súdito. Mas no começo, Margarida não gosta muito dele por vários motivos, mas em uma cena do livro ele acabam se entendendo e trabalham juntos. Outro personagem fascinante é William de la Pole, duque de Suffolk. É ele que ajuda Margarida, que se encanta desde a primeira vista com os modos dele, com o casamento, e a ajuda a chegar até a Inglaterra. Não quero falar muito dele porque senão dou muitos spoilers, já tentei, mas tudo que escrevi dele acaba sendo um spoiler, tamanha a importância dele ao longo do livro.
 Vários outros personagens aparecem ao longo do livro, alguns com pequenas cenas, e outros com grandes, mas que se eu falar seria spoiler, uma vez que um personagem, Jack Cade, um camponês de Essex que se revolta contra Henrique VI e começa uma rebelião (spoiler, desculpa). E também temos Thomas Woodchurch, um fazendeiro arqueiro inglês que inicia a rebelião em Maine (spoiler de novo). Não falarei mais nesses personagens, pronto!
 Para terminar essa opinião que eu não pretendia ser tão grande quero falar que gostei de ter lido Pássaro da Tempestade, mas não entendi o por quê do título do livro; não consegui pegar ao longo da leitura, rs. Não ficarei repetitivo, porque já disse tudo o que queira em relação ao livro lá no começo. Espero que o próximo seja melhor. E antes de ir uma "Nota sobre as rosas: um dos símbolos da casa de York é uma rosa branca. Ricardo de York também usava um falcão e um javali. Tanto Henrique VI quanto Margarida usavam o cisne como símbolo. A rosa vermelha era um dos muitos símbolos heráldicos da casa de Lancaster (de João de Gaunt, duque de Lancaster). O conceito de uma guerra entre as rosas é uma invenção Tudor e não havia noção de branco contra vermelho na época. A verdadeira luta era entre as diversas linhagens masculinas de Eduardo III: homens de grande poder, todos em busca do trono. Mas foram as fraquezas do rei Henrique VI que deram ousadia a seus inimigos e mergulharam o país na guerra civil.".
 Até o próximo.

 Se você gostou de Pássaro da Tempestade, pode gostar também de:
 A Busca do Graal, de Bernard Cornwell;
 As Crônicas de Artur ou do Senhor da Guerra, de Bernard Cornwell;
 O Último Reino, livro I das Crônicas Saxônicas, de Bernard Cornwell;
 O Forte, de Bernard Cornwell;
 O Condenado, de Bernard Cornwell.

10 de março de 2015

Por que fazer uma Maratona Literária?

 Depois de assistir a vários vídeos de Maratonas Literárias 24h, eis que resolvi fazer uma também, uma vez que as pessoas desses vídeos falaram que a maratona é produtiva, que você coloca as leituras em dia (e eu estou precisando muito, rs); mas também algumas falaram que não irão mais fazer uma maratona deste tipo. Devido a esses mesmos vídeos resolvi fazer uma diferente. Eu não ficarei 24h direto lendo, porque sei que não vou aguentar o sono e não será produtivo minhas leituras. Então irei fazer uma maratona literária no próximo final de semana, dias 14 e 15 de março. Ainda não sei como irei chamá-la, mas até lá pensarei em um nome.
 Antes de falar quais os livros que escolhi para a maratona, queria antes avisar do por quê fazer uma maratona literária depois que comecei a estudar, e justamente nesse final de semana, e não nas férias: simplesmente porque nas férias eu não tive vontade de fazê-la e não iria desperdiçar um dia inteiro lendo em vez de ficar com minha família, e também porque eu sei que nesse final de semana eu ainda não tenho nada para estudar, uma vez que só tive duas semanas de aula. Enfim, os livros que eu escolhi para essa Maratona Literária são:

 1 - Ler O oceano no fim do caminho, de Neil Gaiman; Você Escolheu #11 - Neil Gaiman;
 2 - Ler o conto A ilha de Cortes e Salve o ceifador, do livro O amor de uma boa mulher, de Alice Munro;
 3 - Concluir Antes de dormir, de S.J. Watson;
 4 - Ler Sejamos todos feministas, de Chimamanda Ngozi Adichie;
 5 - Terminar a Parte Um de The Leftovers, de Tom Perrotta;
 6 - Terminar o período que corresponde ao mês de setembro em Dezesseis Luas, de Margaret Stohl e Kami Garcia.

 Esses são inicialmente os livros, ou partes de livros, que pretendo ler na maratona

 Até o próximo.

9 de março de 2015

Ressurreição, de Jason Mott

Sinopse: Harold e Lucille Hargrave perderam seu único filho, Jacob, morto tragicamente no dia em que completava oito anos, em 1966. Já na velhice, eles se acomodaram à vida sem o filho, a dor amenizada pela ação do tempo. Até que um dia Jacob reaparece misteriosamente na porta de casa, em carne e osso, a criança meiga e alegre que sempre fora, ainda com oito anos.
 O fenômeno é mundial - nos quatro cantos do globo, pessoas estão inexplicavelmente voltando do além para suas famílias. Vistos por alguns como coisa do diabo e por outros como um milagre, a realidade perturbadora é que o planeta, já sobrecarregado, agora precisa suportar um fluxo descomunal de seres que têm necessidades humanas: comida, água, abrigo, saneamento. Globalmente, esse evento cataclísmico desperta um espectro de reações que refletem o melhor e o pior da natureza humana. Individualmente, muitos precisam decidir se estão dispostos a receber de volta os entes queridos que já não fazem mais parte de sua vida.
 Conforme o caos irrompe ao redor do mundo, a família Hargrave se vê no centro de uma comunidade prestes a ruir, forçada a encarar essa misteriosa nova realidade e um conflito de proporções épicas.
 Com sua prosa contida e elegante e intensa profundidade emocional, Jason Mott explora, em Ressurreição, questões atemporais sobre fé e moral, amor e responsabilidade. Esta é uma história inesquecível que marca a estreia de uma voz ímpar na ficção contemporânea.

 Aviso: Tentei evitar ao máximo colocar Spoilers, mas talvez tenha um ou outro. Você foi avisad@.

 Opinião: Antes de começar quero avisar que ainda não assisti à série por n motivos, e não sei quando assistirei por também n motivos. Começo falando que o livro não é lá grandes coisas, faltaram algumas coisas, mas o tema é muito interessante, e Mott soube usá-lo muito bem. A história tem uma premissa muito boa, mas faltou um pouco de desenvolvimento da mesma. Dentre os livros que li com esses temas foi Sob a redoma (link abaixo) que eu mais gostei.
 O livro já começa com Martin Bellamy, um homem que trabalha para a Agência Internacional para os Ressurgidos, ou como o chama Harold: "o homem da Agência", batendo em sua porta com seu filho Jacob, morto em 1966 no dia de seu aniversário. Mas um pouco antes disso, Harold e Lucille conversavam sobre os ressurgidos, onde Harold acredita que os ressurgidos não são pessoas de verdade e Lucille que eles são "os mortos que caminharão sobre a terra." de acordo com a Bíblia, ou seja, Lucille acha que os ressurgidos são demônios. Mas isso muda quando seu filho de oito anos aparece na sua porta tantos anos depois de sua morte.
 Os capítulos são intercalados por passagens, se assim podemos chamar, de pessoas que retornam do mundo dos mortos. Algumas dessas pessoas são "avulsas", estão ali, ao meu ver, para preencher alguns espaços e explicar algumas coisas sobre os ressurgidos, mas alguns são parentes dos vivos que rodeiam os Hargrave. E também há muitos flash-back do personagens principais, por exemplo como Jacob morreu. Vale ressaltar também que o centro da história se passa na pequena cidade estadunidense de Arcadia, onde todos se conhecem e sabem tudo o que acontece na mesma. O problema se torna maior quando o exército resolve criar uma área onde os ressurgidos indesejados, no princípio, e depois todos os outros, ficam em uma prisão, sem poderem sair das grades que os cercam. O problema é que essa "prisão" de ressurgidos acaba desagradando alguns, como Fred Green e sua turma, que acreditam que os ressurgidos não deveriam voltar à vida, e acabam arrumando confusão, chegando até a matar sem querer.
 Voltando ao Harold, no começo ele é seco com seu filho ressurgido, mas com intervenções de Lucille ele acaba se abrindo e permitindo-se ser pai mais uma vez depois de tantos anos. Já Lucille logo após que vê seu filho vivo o aceita em sua vida novamente e esquece que os ressurgidos são demônios. A construção de ambos os personagens são bem feitas, com as brigas entre marido e mulher depois de vários anos de casamento. E depois de quarenta anos, mais ou menos, sem o filho, eles aprenderam a curar suas cicatrizes e fortalecer o relacionamento.
 Martin Bellamy é um personagem muito interessante e não esperava algo dele lá no meio do livro. Ele é um cara muito simpático e que sabe controlar muito bem as conversas que tem com as pessoas que ele entrevista sobre os ressurgidos familiares. Ao longo do livro conhecemos mais ele devido às conversas que ele tem com Harold quando o mesmo está preso junto com o filho (será que isso é considerado spoiler? Se considerarem como, desculpem-me).
 Acho que é só isso que tenho a falar sobre Ressurreição. Não quero falar mais porque pode ser spoiler o que for dito daqui em diante. E também porque o livro não me prendeu tanto assim para poder absorver tudo o que ele estava me passando, mas as questões de fé, amor, moral e responsabilidade eu consegui captar, e muito bem. Teve momentos em que eu sentia-me na pele do personagem, sentia sua dor ou alegria. Não chorei, mas ri um bocado em raras passagens. Enfim, considero que você deva ler Ressurreição devido aos temas que Mott explora muito bem. Se a minha opinião ficou um pouco confusa é só pedir que a refaço.
 Até mais.

 Se você gostou de Ressurreição, pode gostar também de:
 Morte Súbita, de J.K. Rowling;
 Sob a redoma, de Stephen King;
 Ensaio sobre a cegueira, de José Saramago.

8 de março de 2015

Sob a redoma, de Stephen King

 Sinopse: Em um dia como outro qualquer em Chester's Mill, no Maine. Subitamente, a cidade é isolada do resto do mundo por um campo de força invisível. Aviões explodem quando tentam atravessá-lo e pessoas trabalhando em cidades vizinhas são separadas de suas famílias. Ninguém consegue entender o que é esta barreira, de onde ela veio e quando - ou se - ela irá desaparecer.
 Dale Barbara, veterano da guerra do Iraque, se une a um grupo de moradores da cidade para manter a situação sob controle. A força de oposição é representada por Big Jim Rennie, um político que está disposto a tudo - até matar - para continuar no poder, e seu filho, que guarda a sete chaves um horrível segredo.
 Mas essa não é a única preocupação dos habitantes. O isolamento expõe os medos e as ambições de cada um, até os sentimentos mais reprimidos. Assim, enquanto correm contra o pouco tempo que têm para descobrir a origem da redoma e uma forma de desfazê-la, ainda terão de combater a crueldade humana em sua forma mais primitiva. Sob a redoma é um thriller arrebatador e uma inquietante reflexão sobre nossa própria potencialidade para o bem e o mal.

 Aviso: Tentei evitar ao máximo colocar Spoilers, do livro e da série, mas talvez tenha um ou outro. Você foi avisad@.

 Opinião: Demorou, mas finalmente saiu a minha opinião sobre Sob a redoma, esse livro incrível. Também foi com o presente livro que bati "oficialmente" o meu recorde de livro lido mais rápido: foram 5 dias lendo esse calhamaço de 954 páginas. Toda tarde eu sentava na mesa por volta das 14h e só saia depois das 19h, não via o tempo passar. Fazia tempo que isso não acontecia com um livro que leio, e bota tempo nisso. Como o próprio New York Times disse: "Apurado e vigoroso desde o início. (...) Difícil de deixar de lado.". E realmente é difícil, só parava de ler para fazer as necessidades que todo humano tem: comer, ir ao banheiro, dormir; e como em janeiro eu comecei a trabalhar... Enfim, um livro que não encontro palavras para descrevê-lo devido à sua grandiosidade. Devido à sua leitura fácil e rápida, não perdi detalhes importantes ao longo da leitura, e não me arrependo de lê-lo tão rápido, mas você sempre quer saber o que vai acontecer ao virar a próxima página: quem morre e quem vive. Tentarei não prolongar muito a minha opinião em relação aos personagens principais, mas será um pouco difícil. Também falarei da relação livro-série quando for importante falar de ambos e tal ato estará em colchetes.
 O livro começa com um avião e uma marmota, onde entramos na cabeça da marmota e vemos o que ela está pensando. Isso mesmo que você leu: entramos na consciência da marmota. Assim, King já tinha me conquistado com a leitura. É aí que a misteriosa redoma surge e divide ao meio a marmota e faz explodir o avião quando o mesmo bate em sua parede invisível. No solo, junto à marmota, está Dale "Barbie" Barbara, um veterano da guerra do Iraque que "vê" a redoma surgir e matar a marmota e as pessoas do avião [na série ele é um matador de aluguel/recebedor das dívidas dos outros, não sei bem como colocar isso, que está na cidade para receber do marido de Julia Shumway um empréstimo]. Logo após a redoma surgir, mas ao mesmo tempo, vemos Junior, filho de Big Jim Rennie, e Angie na pequena parte que cabe aos dois. Junior vai até a casa de Angie para "conversar" com ela sobre o que aconteceu na noite anterior em que ele e outros amigos bateram e apanharam de Barbie. Mas as coisas dão errado e Junior fazendo uma coisa muito séria [na série eles começam bem, mas com o surgimento da redoma, Junior aprisiona Angie na abrigo anti-nuclear da casa dele]. Depois disso temos as pessoas percebendo o surgimento da redoma e as coisas que ocorrem quando um evento de tais proporções causa em uma cidade pequena como Chester's Mill. É aí que vemos Big Jim Rennie, segundo vereador de Chester's Mill, e percebemos o quão calculista, perverso e vingativo ele é. Não falarei mais senão será spoiler, porque vale a pena ler esse livro.
 Todos os personagens são muito bem construídos, cada um possui uma personalidade única, o que torna o livro muito mais interessante. Comecemos por Barbie: algumas coisas já foram ditas acima, outras serão faladas a seguir. Barbie é um homem já na casa dos 30 anos que tenta esquecer os horrores que viveu em Fallujah, horrores esses que o atormentam toda noite. Ele é um homem bastante calmo para os horrores que viveu, o que conta para ele, porque senão Barbie estaria morto antes da metade do livro. Pelo motivo de já ter ido à guerra, Barbie resolve mudar para Chester's Mill, onde trabalha como cozinheiro em um restaurante da cidade. Mas a redoma vira seu mundo do avesso: uma carta do próprio presidente dos Estados Unidos da América o "obriga" a retomar ao exército e o promove à Coronel e, consequentemente, a pessoa no poder sob a redoma. Mas Big Jim não permitirá que isso ocorra.
 Big Jim Rennie, o segundo vereador, possui plenos poderes sobre a cidade (nas cidades pequenas dos EUA não existem prefeitos, só vereadores escolhidos pelo povo democraticamente), e não irá dar de bom grado a Barbie, mesmo que isso contradize o presidente dos EUA. Big Jim é um político corrupto e ganancioso, que nunca abrirá mão do poder. O que mais me interessou nele é que Big Jim faz tudo pensando que é para o "bem maior" da cidade, mesmo que alguns atos sejam ilegais, como matar, crias revoltas, etc. Com o surgimento da redoma ele percebe que poderá mandar na cidade como um "ditador", assim dizendo. E como um "bom" político, Big Jim também possui um negócio bem questionável nos arredores da cidade, em conjunto com outros personagens importantes da história, mas que não devo falar quais são. Para ter mais poder na cidade, Big Jim resolve nomear algumas pessoas como novos policiais, como seu filho Junior e sua "gangue", o que começa a gerar um problema [Big Jim é o personagem mais parecido com o da série, uma vez que na série ele fica, mesmo que raro, bom].
 Junior e cia não são flores que se cheire. Todos são violentos, agem sem pensar e possuem manias de grandeza, claro que cada um com suas intenções finais. Mas não ficarei preso nas personalidade de cada um, porque senão essa opinião nunca teria fim, rs. Junior já começa o livro "causando", e é o personagem que mais me assusta. Ele tem fortes dores de cabeça que o deixam meio irracional as vezes, como logo no começo; e também é muito inteligente, pena que essa inteligência é usada para a maldade, como as maquinações que faz para prejudicar Barbie e quem estiver no seu caminho, como Julia Shumway [Junior também é um personagem que não gostava muito na série, mas ao longo de duas temporadas ele foi crescendo no meu conceito].
 Julia Shumway é dona, editora e jornalista do jornal local O Democrata, mesmo ela sendo uma republicana. Ela odeia Big Jim, e sempre que pode publica algo o prejudicando. Ela ajuda, e muito, Barbie ao longo do livro, também porque ela é o primeiro contato que o Coronel Cox faz (Cox é um coronel do exército que está supervisionando os acontecimentos da redoma), e pede para ela encontrar com Barbie para o anúncio de que Barbie está retornando ao exército dos EUA. Vale ressaltar que Julia tem um cão, Horace, que é um dos melhores do livro. Julia fala o que pensa quando quer, o que acaba gerando alguns problemas para ela quando a redoma surge.
 Outros personagens que são importantes, mas que não darei muita ênfase neles devido ao tamanho que o post já está: uma das policiais que são contra Big Jim é Linda Everett, que ajuda muito Barbie e Julia. Ela é casada com Rusty, um médico local que se torna o chefe-médico do hospital devido ao corte de funcionários provocado pela redoma, e que também odeia Big Jim. O casal Everett tem duas filhas, as J's: Judy e Janelle. Uma delas, acho que é a mais nova, mas não lembro o nome, começa a ter convulsões depois que a redoma surge, e a cadela delas, Audrey, sente quando a mais nova terá convulsões. Essas convulsões são premonições sobre a redoma, que só fazem sentido quando as mesmas acontecem [na série, as convulsões ocorrem nos quatro adolescentes/jovens-adultos principais: Junior, Angie, Joe e Norrie]. Dois personagens não tão importantes assim, mas que sofrem as agressões de Junior e cia são Thurston Marshall, professor universitário, e Carolyn Sturges, estudante de pós-graduação, que estavam de passagem nos arredores da cidade quando a redoma surgiu. Com o hospital com falta de funcionários, Marshall acaba sendo um voluntário devido aos seus conhecimentos médicos, e Sturges vira babá de dois "redomórfãos", Alice e Aidan Appleton (Junior pode ser cruel, mas quando essas crianças crianças aparecem "abandonadas", ele é super amoroso e delicado com elas.
 Ficou enorme esse post, mas queria falar de tudo que acredito ser importante sobre os personagens que mais chamaram minha atenção. Como já disse, é um livro extenso com uma narrativa muito fluida dividida em POV's (Point-of-views, ou pontos-de-vistas na tradução literal), parecidos com os d'As Crônicas de Gelo e Fogo. Sob a redoma é um livro que todos deveriam ler por se tratar de um tema no mínimo interessante: a sobrevivência e a humanidade, ou não, em momentos de crises. Mesmo sendo uma ficção-científica (e acredito que livros que tratam deste tema são, em sua maioria, desse gênero), o livro nos mostra aonde a espécie humana chega em momentos de crise, onde a vontade de viver supera todos os "obstáculos", até mesmo do ato de matar. Enfim, Stephen King soube explorar todos esses assuntos de uma forma magistral, que poucos conseguem. O final, bem, esperava muito mais dele, fiquei um pouco incomodado com ele, mas a leitura como um todo, e a sensação de mal-estar que o livro causa são impressionantes, superaram o final. Leitura recomendada a todos. Vale a pena.
 Até mais.

 Se você gostou de Sob a redoma, pode gostar também de:
 Morte Súbita, de J.K. Rowling;
 Ensaio sobre a cegueira, de José Saramago;
 Ressurreição, de Jason Mott (próximo post).

3 de março de 2015

Você Escolhe #12 - Contos Russos

 Depois de pensar bastante para escolher quais livros viriam para a votação do mês de março, resolvi escolher alguns livros de contos russos. Porque talvez assim eu consiga terminar O amor de uma boa mulher, rs. E também sempre quis ler algo da literatura russa, e nada melhor do que começar com contos no melhor mês do ano, abril. Mês esse que faço aniversário \o/
 Enfim, os livros para votação deste mês são:

 1 - A corista e outras histórias, de Anton Tchekhov;
 2 - A dama do cachorrinho [e outras histórias], de Anton Tchekhov;
 3 - Contos Reunidos, de Anton Tchekhov;
 4 - Senhor e servo & outras histórias, de Liev Tolstoi.

 PS.: Coloquei 3 do Tchekhov e 1 do Tolstoi porque são o que possuo. Procurei livros de contos do Dostoiévski e do Nabokov, mas, infelizmente, não achei.

 A votação já começou e ficará no ar até o dia 31 de março de 2015, às 23:59h, hora oficial de Brasília. Não deixe de votar.

2 de março de 2015

Você Escolheu #11 - Neil Gaiman

 Para a escolha do livro deste mês de março eu achei que daria um empate por ser de um autor que muitos gostam e que conhecem seus livros. Falar que me surpreendi com o resultado é falar demais, mas achava realmente que empataria entre Deuses Americanos (ganhou menos votos do que Coraline) ou o que ganhou, O oceano no fim do caminho. Darei prioridade ao O oceano no fim do caminho, um livro que quero ler deste que foi lançado.


 Até o próximo.

1 de março de 2015

No mês de Março...

 As metas para este mês são:
 1 - Ler O oceano no fim do caminho, de Neil Gaiman; Você Escolhe #11 - Neil Gaiman;
 2 - Terminar Antes de Dormir, de S.J. Watson;
 3 - Ler mais 2 contos de O amor de uma boa mulher, de Alice Munro.

 PS.: Quero muito terminar O amor de uma boa mulher, mas não consigo ler mais contos. Será que nesse mês eu consigo mais dois contos? Espero que sim.

 Até o próximo.