9 de março de 2015

Ressurreição, de Jason Mott

Sinopse: Harold e Lucille Hargrave perderam seu único filho, Jacob, morto tragicamente no dia em que completava oito anos, em 1966. Já na velhice, eles se acomodaram à vida sem o filho, a dor amenizada pela ação do tempo. Até que um dia Jacob reaparece misteriosamente na porta de casa, em carne e osso, a criança meiga e alegre que sempre fora, ainda com oito anos.
 O fenômeno é mundial - nos quatro cantos do globo, pessoas estão inexplicavelmente voltando do além para suas famílias. Vistos por alguns como coisa do diabo e por outros como um milagre, a realidade perturbadora é que o planeta, já sobrecarregado, agora precisa suportar um fluxo descomunal de seres que têm necessidades humanas: comida, água, abrigo, saneamento. Globalmente, esse evento cataclísmico desperta um espectro de reações que refletem o melhor e o pior da natureza humana. Individualmente, muitos precisam decidir se estão dispostos a receber de volta os entes queridos que já não fazem mais parte de sua vida.
 Conforme o caos irrompe ao redor do mundo, a família Hargrave se vê no centro de uma comunidade prestes a ruir, forçada a encarar essa misteriosa nova realidade e um conflito de proporções épicas.
 Com sua prosa contida e elegante e intensa profundidade emocional, Jason Mott explora, em Ressurreição, questões atemporais sobre fé e moral, amor e responsabilidade. Esta é uma história inesquecível que marca a estreia de uma voz ímpar na ficção contemporânea.

 Aviso: Tentei evitar ao máximo colocar Spoilers, mas talvez tenha um ou outro. Você foi avisad@.

 Opinião: Antes de começar quero avisar que ainda não assisti à série por n motivos, e não sei quando assistirei por também n motivos. Começo falando que o livro não é lá grandes coisas, faltaram algumas coisas, mas o tema é muito interessante, e Mott soube usá-lo muito bem. A história tem uma premissa muito boa, mas faltou um pouco de desenvolvimento da mesma. Dentre os livros que li com esses temas foi Sob a redoma (link abaixo) que eu mais gostei.
 O livro já começa com Martin Bellamy, um homem que trabalha para a Agência Internacional para os Ressurgidos, ou como o chama Harold: "o homem da Agência", batendo em sua porta com seu filho Jacob, morto em 1966 no dia de seu aniversário. Mas um pouco antes disso, Harold e Lucille conversavam sobre os ressurgidos, onde Harold acredita que os ressurgidos não são pessoas de verdade e Lucille que eles são "os mortos que caminharão sobre a terra." de acordo com a Bíblia, ou seja, Lucille acha que os ressurgidos são demônios. Mas isso muda quando seu filho de oito anos aparece na sua porta tantos anos depois de sua morte.
 Os capítulos são intercalados por passagens, se assim podemos chamar, de pessoas que retornam do mundo dos mortos. Algumas dessas pessoas são "avulsas", estão ali, ao meu ver, para preencher alguns espaços e explicar algumas coisas sobre os ressurgidos, mas alguns são parentes dos vivos que rodeiam os Hargrave. E também há muitos flash-back do personagens principais, por exemplo como Jacob morreu. Vale ressaltar também que o centro da história se passa na pequena cidade estadunidense de Arcadia, onde todos se conhecem e sabem tudo o que acontece na mesma. O problema se torna maior quando o exército resolve criar uma área onde os ressurgidos indesejados, no princípio, e depois todos os outros, ficam em uma prisão, sem poderem sair das grades que os cercam. O problema é que essa "prisão" de ressurgidos acaba desagradando alguns, como Fred Green e sua turma, que acreditam que os ressurgidos não deveriam voltar à vida, e acabam arrumando confusão, chegando até a matar sem querer.
 Voltando ao Harold, no começo ele é seco com seu filho ressurgido, mas com intervenções de Lucille ele acaba se abrindo e permitindo-se ser pai mais uma vez depois de tantos anos. Já Lucille logo após que vê seu filho vivo o aceita em sua vida novamente e esquece que os ressurgidos são demônios. A construção de ambos os personagens são bem feitas, com as brigas entre marido e mulher depois de vários anos de casamento. E depois de quarenta anos, mais ou menos, sem o filho, eles aprenderam a curar suas cicatrizes e fortalecer o relacionamento.
 Martin Bellamy é um personagem muito interessante e não esperava algo dele lá no meio do livro. Ele é um cara muito simpático e que sabe controlar muito bem as conversas que tem com as pessoas que ele entrevista sobre os ressurgidos familiares. Ao longo do livro conhecemos mais ele devido às conversas que ele tem com Harold quando o mesmo está preso junto com o filho (será que isso é considerado spoiler? Se considerarem como, desculpem-me).
 Acho que é só isso que tenho a falar sobre Ressurreição. Não quero falar mais porque pode ser spoiler o que for dito daqui em diante. E também porque o livro não me prendeu tanto assim para poder absorver tudo o que ele estava me passando, mas as questões de fé, amor, moral e responsabilidade eu consegui captar, e muito bem. Teve momentos em que eu sentia-me na pele do personagem, sentia sua dor ou alegria. Não chorei, mas ri um bocado em raras passagens. Enfim, considero que você deva ler Ressurreição devido aos temas que Mott explora muito bem. Se a minha opinião ficou um pouco confusa é só pedir que a refaço.
 Até mais.

 Se você gostou de Ressurreição, pode gostar também de:
 Morte Súbita, de J.K. Rowling;
 Sob a redoma, de Stephen King;
 Ensaio sobre a cegueira, de José Saramago.

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