10 de junho de 2014

Caçadores de Bruxas - Livro I da trilogia Dragões de Éter, de Raphael Draccon

 Sinopse: Nova Ether é um mundo protegido por poderosos avatares em forma de fadas-amazonas. Um dia, porém, cansadas das falhas dos seres racionais, algumas delas se voltam contra as antigas raças. E assim nasce a Era Antiga.
 Essa influência e esse temor sobre a humanidade só tem fim quando Primo Branford, o filho de um moleiro, reúne o que são hoje os heróis mais conhecidos do mundo e lidera a histórica e violenta Caçada de Bruxas.
 Primo Branford é hoje o Rei de Arzallum, e por 20 anos saboreia, a Paz. Nos últimos anos, entretanto, coisas estranhas começam a acontecer...
 Uma menina vê a própria avó ser devorada por um lobo marcado com magia negra. Dois irmãos comem estilhaços de vidro como se fossem passas silvestres e bebem água barrenta como se fosse suco, envolvidos pela magia escura de uma antiga bruxa canibal. O navio do mercenário mais sanguinário do mundo, o mesmo que acreditavam já estar morto e esquecido, retorna dos mares com um obscuro e ainda pior sucessor. E duas sociedades criminosas entram em guerra, dando início a uma intriga que irá mexer em profundos e tristes mistérios da Família Real.

 Aviso: Tentei evitar ao máximo colocar Spoilers, mas talvez tenha um ou outro. Você foi avisado.

 Opinião: Não sei muito bem por onde começar. Eu gostei muito do começo da história (como Draccon, sempre quis saber o porquê da avó da Chapeuzinho Vermelho vivia sozinha em um chalé no meio da floresta), mas por volta da página 150 a história começou a ficar um pouco maçante para mim, o autor descrevia demais as cenas, mas não é aquela descrição do tio Martin, mas uma descrição com opinião e flash-back, as coisas demoravam a desenrolar. Quando cheguei em torno da página 290, a história começou a ficar interessante de novo, tudo acontecia muito rápido e eram muitos detalhes importantes que me deixavam com várias perguntas da cabeça do por quê. Então, o livro como um todo é muito bom. Vamos à minha opinião.
 A história já começa com o lobo devorando a avó da Chapeuzinho, que no livro tem o nome de Ariane Narin, e isso mesmo, o livro começa assim mesmo. Depois o narrador (que você descobre quem é só no final do livro, mas eu já suspeitava quem seria) conta algumas coisas importantes sobre o reino onde a história se passa: Arzallum, e sua capital, Andreanne. No capítulo seguinte somos apresentados aos irmãos João e Maria Hanson, e o que eles sofreram nas mãos de Babau, a bruxa da casa dos doces (bem não era uma casa). E assim começa a história. O vilão também é apresentado logo no começo, e ele é o pirata Jamil Coração-de-Crocodilo, filho bastardo do pirata James Gancho (que está no leito de morte) e Snail Galford, um "ajudante", diremos assim, do navio de Jamil, e que terá uma história importante no final do livro.
 No Majestade, um imponente teatro de Andreanne, está em cartaz a peça Caça às Bruxas (acho), e assim sabemos da história mais sombria do continente Ocaso, a Era Antiga. O Maior de Todos os Reis, Primo Branford, está assistindo à peça sobre sua vida, junto com sua rainha Terra Branford, que abriu mão de seus poderes feéricos devido ao amor por um mortal. O que os torna muito amados por todo o reino. Estava esquecendo, Primo e Terra têm dois filhos, Anísio e Axel. Anísio é o mais velho e é muito amado pelo nobreza de Arzallum, já Axel é amado pela plebe, principalmente pelas garotas.
 Mas Jamil resolve sequestrar dois navios de reinos vizinhos e ataca o porto de Andreanne em plena luz do dia, matando muitos civis e destruindo o centro comercial da cidade. Seus planos ainda são obscuros e você só sabe o que ele quer nas últimas 150 páginas. E os irmãos Hanson começam a investigar os ataques junto com o professor Sabino, da Escola Real do Saber. O que acaba mostrando muita coisa interessante ao decorrer do livro, principalmente quando o nariz de João começa a sangrar do nada desde seu encontro com Babau. Não posso me esquecer do segundo príncipe Axel, o melhor personagem para mim no livro, já que ele é muito sarcástico e não suporta a nobreza, e além disso é pugilista, e luta com qualquer um, e é muito dedicado à família. Tão dedicado que vai atrás de seu irmão nas Setes Montanhas, fronteira do reino, com um troll chamado Montanha, um mamute adolescente e sua águia-dragão chamada Tuhanny. E chegando nas Sete Montanhas ele encontra um Mestre Anão, o Ira, mais conhecido como Zangado.
 As vidas desses jovens, contando com Snail, e de Liriel, uma trapezista, vão virar de cabeça para baixo. Uma vez que forças sombrias estão rondando de novo sob e sobre Andreanne. Os capítulos são pequenos, em média 3 páginas, e intercalados com personagens, tipo estilo tio Martin. Concluindo, é uma misturada de contos de fadas que estão intrinsecamente interligados. Uma leitura que vale a pena, apesar dos meus problemas com o desenrolar da história, recomendo muito. E estava esquecendo, Raphael Draccon é um autor brasileiro (sem querer menosprezar, mas a literatura brasileira não é valorizada).

 Se você gostou de Caçadores de Bruxas, pode gostar também de:
 Harry Potter, de J.K. Rowling;
 Septimus Heap, de Angie Sage;
 Elantris, de Brandon Sanderson;
 Percy Jackson & os olimpianos, de Rick Riordan.

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