25 de fevereiro de 2014

A menina que roubava livros, de Markus Zusak

 Sinopse: Entre 1939 e 1943, Liesel Meminger encontrou a Morte três vezes. E saiu suficientemente viva das três ocasiões para que a Própria, de tão impressionada, decidisse nos contar sua história. História que, nas palavras dirigidas ao leitor pela ceifadora de almas no início de A menina que roubava livros, "é uma dentre a pequena legião que carrego, cada qual extraordinária por si só. Cada qual uma tentativa - uma tentativa que é um salto gigantesco - de me provar que você e a sua existência humana valem a pena".
 Essa mesma conclusão nunca foi fácil para Liesel. Desde o início de sua vida na Rua Himmel, numa área pobre de Molching, cidade desenxabida próxima a Munique, ela precisou achar formas de se convencer do sentido de sua existência. Horas depois de ver seu irmão morrer no colo da mãe, a menina foi largada para sempre aos cuidados de Hans e Rosa Hubermann, um pintor desempregado e uma dona de casa rabugenta. Ao entrar na nova casa, trazia escondido na mala um livro, O manual do coveiro. Num momento de distração, o rapaz que enterrara seu irmão o deixara cair na neve. Foi o primeiro dos vários livros que Liesel roubaria ao longo dos quatro anos seguintes.
 E foram esses livros que nortearam a vida de Liesel naquele tempo, quando a Alemanha era transformada diariamente pela guerra, dando trabalho dobrado à Morte. O gosto de roubá-los deu à menina uma alcunha e uma ocupação; a sede de conhecimento deu-lhe um propósito. E as palavras que Liesel encontrou em suas páginas e destacou delas seriam mais tarde aplicadas ao contexto da sua própria vida, sempre com a assistência de Hans, acordeonista amador e amável, e Max Vandenburg, o judeu do porão, o amigo quase invisível de quem ela prometera jamais falar.
 Há outros personagens fundamentais na história de Liesel, como Rudy Steiner, seu melhor amigo e o namorado que ela nunca teve, ou a mulher do prefeito, sua melhor amiga que ela demorou a perceber como tal. Alguns apenas passaram por sua vida, outros a acompanharam até que não lhes seja mais possível, outros estão mais perto do que parecem. Mas só quem está a seu lado por todas as quase 500 páginas de A menina que roubava livros, só quem testemunha a dor e a poesia da época em que Liesel Meminger teve sua vida salva diariamente pelas palavras é a nossa narradora. Um dia todos irão conhecê-la. Mas ter a sua história contada por ela é para poucos. Tem que valer a pena.

 Aviso: Tentei evitar ao máximo colocar Spoilers, mas talvez tenha um ou outro. Você foi avisado.

 Opinião: Esse livro é incrível. Pena eu não ter lido quando tive a oportunidade, lá em 2007 (acho) quando um amigo meu falou para eu ler e ia me emprestar, mas eu recusei, infelizmente. E acho que só li também por causa do filme, senão ia demorar um pouco mais para eu ler. Mas vamos à minha humilde opinião sobre este fantástico livro.
 O livro começa com a narradora, a Morte, apresentando ela mesma, e apresentando também as cores e a roubadora de livros, Liesel Meminger. Aqui no prólogo a Morte já nos conta como Liesel perdeu seu irmão quando fazia a viagem que a levaria até a casa 33 da rua Himmel, em Molching, e onde ela veria sua mãe pela última vez. O livro já começa com cenas fortes, fortes até demais para qualquer um. Mas depois que Liesel conhece Hans e Rosa, eles tornam-se uma família quase feliz plenamente. O problema do por que não serem feliz plenamente? Vários, mas não pretendo falar deles aqui, leiam para saber os porquês.
 É na rua Himmel que Liesel conhece o que será seu melhor amigo, Rudy Steiner, um garoto muito divertido (o meu primeiro riso lendo foi quando ele exclama: "Jesus, Maria e José. Estou todo coberto de cocô!), o engraçado é que foi muito espontâneo e ele só estava sujo de lama. Mas Rudy é um pouco burro e explosivo, o que as vezes faz com que ele apanhe de outros garotos. Ele tem alguns irmãos que não são fundamentais para a história de Liesel.
 A mulher do prefeito torna-se uma grande amiga de Liesel com o tempo, depois que ela descobre o gosto da menina pela leitura. A mulher é meio macabra, é muito magra e sempre está com um roupão de banho. Ela está sempre triste, tem as feições sempre estáticas, igual a Bela do Crepúsculo (digo do filme, porque nunca li os livros) rindo, chorando, com raiva, é a mesma coisa, não muda as feições, desculpe quem gosta, mas é o que eu acho e vejo.
 Todos estes personagens fazem de Liesel mais feliz e com que esqueça seu irmão morto e sua mãe, que provavelmente também está morta. Max, o judeu do porão torna-se o maior amigo de Liesel e também seu maior confessor. Ele escreve dois livros, está mais para contos, para Liesel, e ela os considera os melhores livros que já recebeu ou roubou.
 Mas o melhor do livro todo é a Morte, a narradora. Ela que é conhecida como um dos Quatro Cavaleiros do Apocalipse, a pior desgraça do ser humano. A Indesejável Número Um (relembrando Harry Potter), a nossa inevitável amiga. Aquela que nos leva deste mundo como igual (de novo Harry Potter). Mas aqui ela é sensível e tão humana quanto nós, mas com o pior trabalho do mundo, levar as almas daqueles que não fazem mais parte deste mundo. A Morte aqui é também muito divertida, e irônica, como demostra nessa passagem: "O lutador: Se o matassem nessa noite, pelo menos ele morreria vivo.". Mesmo tendo uma dupla interpretação essa frase, ela me fez sorrir. Em algumas partes do livro, ela se dirigi a nós como velhos amigos (o que realmente nós somos). Enfim, a Morte é a melhor narradora que eu pude ter o prazer de escutar. Como já diz o ditado: "A Morte é a única certeza da vida.". Então porque ter medo dela.

 Obs.: Este também é um livro que não tenho outros que já li para poder comparar e dar dicas para vocês lerem.

4 comentários:

  1. Oi Vitor!

    Tenho que discordar de uma coisa: Rudy não é burro não, de jeito nenhum! Ele é super perspicaz, e é o que mais entende a situação. E não são só a mulher do prefeito, Rudy e Max que fazem a vida de Liesel mais feliz. Os pais dela também, especialmente Hans.
    Eu falei que você ia gostar do livro. O filme é bom também, mas o livro é mil vezes melhor.

    Beijos!

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    1. Fernanda, eu percebi que eu me expressei muito mal, peço desculpas, sem sei o motivo de eu ter falado que Rudy era burro, deve ter sido porque eu estava fazendo esse post escutando música porque o barulho estava muito algo aqui perto de mim. Eu falei que a mulher do prefeito fazia ela mais feliz por causa dos livros, mas os outros também. Quando eu reler vou fazer uma postagem digna. Desculpe.

      Abraços!

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  2. Gostei muito de sua resenha, ainda não li o livro. Não vou assistir o filme enquanto não o ler. A história me parece comovente e envolvente, espero gostar da leitura :)

    http://tenhoquecontar.blogspot.com

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    1. Walter, eu recomendo que você leia o livro antes, porque eu li resenhas sobre o filme e tem muitos detalhes deixados de lado e a Morte não tem um papel tão importante quanto no livro.

      Abraços!

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