4 de setembro de 2013

O Rei do Inverno, de Bernard Cornwell

 Sinopse: Artur, ao longo de séculos, transformou-se no maior de todos os heróis da literatura e num dos personagens míticos mais presentes em nosso imaginário. Mas, depois de muitas versões de suas aventuras, sua verdadeira história perdeu-se na brumas do tempo. Quem foi na verdade o homem Artur? Onde foi seu reino? Existiram mesmo os Cavaleiros da Távola Redonda? Em que época ele viveu? Que inimigos combateu? Para que Deus enviou suas preces? Que mulheres realmente amou?
 [...]
 Artur, na verdade, nunca foi Rei. Era, sim, o filho bastardo do Rei Uther, que se transformou no principal líder militar britânico no século V. Após a saída dos romanos da ilha, a Britânia viveu um período conturbado, durante o qual seus habitantes lutavam pela posse da terra de seus ancestrais contra os invasores saxões. Uma época, também, em que os velhos deuses tribais dos druidas resistiam ao domínio dos cristãos e procuravam recuperar o prestígio e o poder perdidos durantes a ocupação romana.
 Numa terra dividida entre diferentes senhores feudais e seus respectivos interesses e ameaçada pela invasão dos bárbaros, Artur emerge como um guerreiro corajoso e poderoso capaz de inspirar lealdade e unir o país. Uma personalidade complexa, impelida por honra, dever e paixão, que nos é apresentada de maneira jamais vista antes.
 [...]

 Aviso: Tentei evitar ao máximo colocar Spoilers, mas talvez tenha um ou outro. Você foi avisado.

 Opinião: Primeiramente venho pedir desculpas pelo atraso do post. Esse post vai ficar um pouco grande, tem muita coisa para falar, então vamos começar. Confesso que esse não é o melhor livro do Bernard para mim, prefiro O Arqueiro (ainda tenho que ler a continuação, vergonha eu ainda não ter comprado, rs)., mas os personagens que compõem esse livro são excelentes, Bernard sabe o que faz. O livro é contado por Derfel, que torna futuro escudeiro de Artur e depois cavaleiro, e no começo ele (Derfel) conta como foi sua infância, mas é aí que conhecemos como era a política da época, as guerras, os acordos de paz e as disputas. O livro é dividido em cinco partes, e toda vez que começa um parte, Derfel conversa com Igraine, a atual rainha da Dumnonia (o que parece ser em uma citação do livro que Dumnonia é a mesma coisa de Camelot), no presente dele (essas partes parecem os Prelúdios d'A Crônica do Matador do Rei), ou seja, Derfel já está velho e escreve para a rainha as histórias de Artur, o Rei que Nunca Foi, o Inimigo de Deus e Senhor das Batalhas, como Derfel o chama no começo do livro.
 Sempre achei que Artur era um homem "certinho" da história, mas o que Derfel conta não é bem assim, percebemos o quanto os seres humanos, inclusive Artur, são falhos e errôneos as vezes. Artur possui dois filhos bastardos, Amhar e Loholt, com uma escrava Ailleann (escrava na época, por volta de 480 d.C. era comum, escravos feito em guerras e não distinguidos pela cor), que fala que Artur é ambicioso, o que achei que ele é um pouco sim. Artur parece que gosta de aparecer, segundo Derfel, gosta de ficar se exibindo, mas acho que nem tanto assim; e ele é muito vaidoso, como também coloca Derfel, e isso concordo com ele. Quando Artur luta, ele torna-se um inimigo terrível, e as cenas que Bernard descreve são impressionantes, eu, pelo menos, senti a fúria e o ódio de Artur nas batalhas.
 Deixemos de lado um pouco Artur para falar dos outros personagens tão ricamente criados por Bernard. Guinevere, a bela e magnífica Guinevere. Artur se apaixona por ela e ela por ele desde o momento em que se viram pela primeira vez. Artur é loucamente apaixonado por Guinevere, tanto que comete erros por causa dela; e também faz um pouco a cabeça de Derfel. Guinevere possui um ódio mortal contra o cristianismo. Não gostei muito de Guinevere, parece que ela tem algo escondido sob as mangas, mas só vou descobrir quando ler os próximos livros.
 Lancelot, pediu para ser insuportável na sala do eco, era para piscar um olho e ele entrou em coma. Pensei que ele seria parecido com Artur, mas me enganei profundamente. Lancelot é tão impressionante na sua masculinidade como Guinevere na sua feminilidade, como diz Derfel, mas eu não consegui ver nada disso nele. Lancelot é uma farsa, ele não luta nenhuma batalha e finge que lutou só para ter status. Não posso esquecer do meio-irmão de Lancelot, Galahad, que torna-se grande amigo de Derfel, e que segundo Derfel, é um homem fácil de se gostar. Prefiro mil vezes mais Galahad do que Lancelot.
 Merlin, o melhor personagem do livro, junto com Derfel e Artur. Merlin é um homem alto e ossudo, sempre de preto e parece um pouco com Artur, no que diz respeito ao controle das pessoas, só a sua presença intimida os outros. Pena que ele aparece poucas vezes. Não posso esquecer-me de Morgana, irmã de Artur, achei que ela era do "mal", mas até agora ela é boazinha. E Nimue, a amante de Merlin, uma feiticeira com grande potencial. Também temos Owain, um ótimo "professor" de guerreiros, mas que é corrupto, uma vez que ele recebe suborno daqueles que querem pagar impostos baixos.
 As batalhas são muito bem descritas e que nos faz sentir vivenciar o momento. Parece que Tristan (Tristão) e o rei Mark aparecem no livro, e onde eles governam também condiz com a história de Tristão e Isolda, e Tristan é gentil igual diz a sua própria lenda.
 Algumas observações a respeito: A capital da Armórica (França), Ynes Trebes, parece ser o Monte de Saint Simon. A Ilha dos Mortos parece com Elantris depois de sua queda, as pessoas atacam quem chega e as construções estão caindo. Há menção à pedofilia cometida por Sansum (um bispo de uma igreja onde Derfel escreve sua história para a rainha Igraine), que é considerado um santo em terra.
 Pesei que iria ficar maior, rs. Tentei colocar tudo o que li no livro, mas sem dar spoilers grandes, e acho que consegui. Decepcionei-me um pouco com o livro por não ter a Távola Redonda, mas na Nota do Autor, Bernard explica porque ele não colocou a mesma no livro. Então é isso, espero que tenham gostado, agora só preciso comprar os dois últimos livros para terminar a leitura dessa grande "lenda". Se você quiser, leia as resenhas da Fernanda, do Na trilha dos livros, sobre As Crônicas de Artur, que são ótimas, clicando aqui, aqui e aqui.
 Até mais.

4 comentários:

  1. Ai, obrigada! Assim você me deixa sem jeito! :)

    Eu já prefiro esse do que O Arqueiro, não que eu não ame também. Eu gosto dessa Guinevere, bem mais do que a das Brumas. E Artur e principalmente, Derfel, difícil não gostar.

    Beijo!

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  2. Morro de vontade de ler esta série, devo começar ela em breve. Parabéns pela resenha, está muito boa.

    Estou seguindo seu blog para acompanhar as atualizações e sempre que puder fazer uma visita.
    Abraços

    http://reaprendendoaartedaleitura.blogspot.com.br/

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  3. Adorei seu blog! Principalmente este fundo hehehehehe! E você é amigo da minha Dinda, a Fernando do Na trilha dos livros! Que mágico! Que tal uma parceria entre blogs? Apesar de meu compromisso com o meu deixar a desejar, pode ajudar a nós dois! O que me diz?
    Desculpe a demora para responder!
    Xerus,
    Gabi (http://abrindooslivros.blogspot.com)

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    Respostas
    1. Gabi, eu acompanho seu blog a um bom tempo, acho que mais de um ano, só que não comento muito, rs. Eu estou querendo fazer parceria, mas não sei muito bem como é, sou leigo nisso, rs. Vai ser o maior prazer...

      Abraços

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